5 de outubro de 2011

Origem do movimento batalha espiritual

3 comentários

Cansado desse movimento de Batalha Espiritual, resolvi deixar escancarado aqui o quanto esses batalham por uma causa já vencida e o quanto praticam meninices com suas doutrinas estranhas e malucas.

Combate ou resistência?  Para os adeptos desse movimento a passagem em Efésios 6:10-20 tem sido descrita como sendo uma convocação ao combate, contudo, ela seria melhor descrita como uma exortação a que a igreja resista. Outra coisa que a gente observa é que o soldado cristão, aqui descrito, está numa posição de defesa e não partindo para o combate a conquista de novos campos ou assalto ao inimigo. Na realidade, ele já conquistou, já venceu, já colocou o pé em território inimigo. O que ele tem que fazer é resistir firme, esse é o peso da passagem.

A Igreja, na Carta aos Efésios, já é vitoriosa, já está assentada com Cristo nos lugares celestiais, como Igreja invencível e imbatível. Cristo já venceu todas as batalhas por ela. Paulo começa a tratar dessa batalha (Ef 6:10) dizendo: “Sede fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder”. Essa expressão aparece no capítulo primeiro, quando Paulo ora, no verso 18, para que fossem iluminados os olhos do entendimento daquela Igreja e o coração para que soubesse qual era a esperança da vocação deles, qual era a riqueza da glória da herança dos santos e qual era a suprema grandeza do seu poder para com os que crêem, segundo a eficácia da força do Seu poder. Assim, Paulo exorta a Igreja a que se apodere da vitória de Cristo, daquele poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos e O colocou à direita de Deus nos lugares celestiais.

Estamos destacando esse ponto porque uma das ênfases do movimento de “Batalha Espiritual, é que a Igreja deve entrar em conflito direto com os principados e potestades. Para eles, não somos nós que somos caçados pelo Diabo; antes, nós é que temos que sair caçando o Diabo, mas vejam o que Paulo está dizendo nesse texto não é isso. Ele está dizendo é que nós já somos vencedores, porém, mesmo assim, o movimento de “Batalha Espiritual” insiste em que os crentes saiam caçando o Diabo para tomar o território dele, para derrubá-lo, para conquistá-lo e implantar a doutrina de Cristo nesses locais todos.

As origens do movimento:  Agora, a grande pergunta, naturalmente, é: Como podemos resistir? Vamos considerar, em primeiro lugar, a resposta do movimento de “Batalha Espiritual. Vamos começar, então, entendendo o que é esse movimento de “Batalha Espiritual” e a que ele se propõe. Tal movimento teve as suas origens em um missionário americano chamado J.O. Fraser, na década de 30. Fraser foi missionário na China, pela “Missão para o Interior da China”, fundada por Hudson Taylor. Seu trabalho se restringia a uma tribo no interior da China envolvida com ocultismo, práticas de feitiçaria, e magia negra. Fraser, no início do seu ministério, fracassou redondamente. Ele não conseguia libertar aqueles chineses incultos e bárbaros das suas superstições mágicas e das suas tradições de feitiçaria e ocultismo. Eentendia que a sua luta não era mais com os convertidos; então, queria ir direto à causa. Assim, achou que seu negócio era com os demônios, e começou a desenvolver uma técnica, uma estratégia para anular, para eliminar, ou para impedir a atuação dos demônios nos convertidos; impedir a ação dos demônios que emperravam o trabalho da Igreja. Depois de várias tentativas, Fraser deixou de lado as Escrituras e desenvolveu um método na base do pragmatismo, ou seja: se funciona, está certo. Foi assim que ele entendeu ter encontrado o caminho do sucesso, em termos de invadir os territórios dos demônios e amarrá-los.

Fraser era um missionário, uma pessoa desconhecida, portanto as técnicas e o trabalho dele ficaram desapercebidos até que a irmã dele publicou, trouxe à luz, as cartas que ele havia escrito, e as anotações dele sobre o assunto. A partir daí, a coisa passou para o domínio público.
Divulgadores atuais - Um nome bem mais conhecido, Frank Perreti, popularizou essas idéias no mundo todo. Peretti, com dois romances intitulados: “Este Mundo Tenebroso”, descreve a luta espiritual de uma pequena comunidade de uma cidade dos Estados Unidos para impedir que os espíritos malignos daquela região se apoderassem da cidade. Ele narra, então, de forma muito bem escrita, uma estória que se passa em um local fictício e com personagens fictícios. Esse livro foi um best seller nos Estados Unidos e já foi traduzido para quase todas as línguas ocidentais. Peter Wagner, o maior nome do movimento de “Batalha Espiritual”, agradece publicamente a Peretti dizendo que nós devemos mais a Peretti do que a qualquer outro autor a difusão da idéia do movimento de “Batalha Espiritual” no mundo todo.

Peter Wagner foi professor e missionário na América Latina durante alguns anos. Então, ele voltou aos Estados Unidos para ensinar no Centro de Missões no Seminário Fuller e voltou com convicções pentecostais. A princípio ele era bastante conservador e contra todas as manifestações pentecostais e carismáticas. Mas ele viu alguma coisa na América Latina que virou a cabeça dele. Assim, ao voltar para o Fuller, estava absolutamente comprometido com essas manifestações. Depois de algum tempo, tomou o lugar de Donald McGavran, que é o fundador do movimento de “Crescimento de Igreja”. Peter Wagner tomou o lugar de McGavran, que era mais moderado, e difundiu não somente a idéia do movimento de “Crescimento de Igreja”, mas associou a idéia de fazer a Igreja crescer com sinais e prodígios. Ou seja, ele acha que no mundo de hoje não tem jeito de fazer a Igreja crescer se não houver sinais e prodígios.

Nós vivemos numa época pós-moderna onde ninguém valoriza o conceito de certo ou errado. O que vale hoje é a experiência, o que você sente; e, portanto, a única coisa que a Igreja tem para oferecer como principal chamariz, diz Wagner, é exatamente a produção de sinais e prodígios.

O ponto central é que, na cruz, Cristo ganhou a batalha contra as hostes espirituais do mal, contra Satanás. Como é que as Escrituras nos descrevem isso? Em Gênesis 3:15, está dito que viria um descendente da mulher, semente da mulher, que esmagaria a cabeça da serpente; e a Escritura não deixa dúvida que isso aconteceu na cruz do calvário. A figura de “esmagar a cabeça” não poderia ser mais apropriada ou seja: foi dado um golpe final, não há retorno, foi dado um golpe mortal.

Por Elder Cunha
Aguardem o próximo post: Desmascarando as práticas da Batalha Espiritual

Bibliografia: Lopes, Augustus Nicodemos. O que você precisa saber sobre batalha espiritual

Comments

3 comments to "Origem do movimento batalha espiritual"

Teóphilo Noturno disse...
07 outubro, 2011 06:53

Sem dúvida Peretti criou uma grande confusão mística no meio evangélico, mas, ao menos, deveria receber direitos autorais como co-autor dos "Pôneis Malditos".

Escrevi sobre o plágio em:
http://bit.ly/poneipossesso

Aguardo pelo próximo capítulo e que o Senhor continue o sustentando e protegendo!

Um fraternal abraço!

Dannilo disse...
10 outubro, 2011 11:14

O mais incrível é que TODA UMA DOUTRINA foi construída em cima da experiência pessoal de um missionário e de uma escritor de ficção. Já li os dois livros de Peretti, achei uma história bem agradável de se ler, mas NUNCA, repito, NUNCA, passei a ver anjos e demônios atrás de cada porta e janela. É lamentável, ridículo, cômico seria se trágico não fosse, a avalanche de idéias, rituais, doutrinas e práticas desenvolvidas em torno desse tema BATALHA ESPIRITUAL. Incrível que esse povo que crê nessas práticas desaparece dos cultos de doutrina e da Escola Dominical. Que Deus nos ajude.

Unknown disse...
12 outubro, 2013 19:30

Interessante que eu vi um vídeo do Rev. Augustus Nicodemos Lopes falando exatamente as mesmas coisas que o senhor disse!

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